quinta-feira, 27 de abril de 2017

Jipe militar francês foi “atração” em convívio de antigos combatentes da Companhia de Artilharia 1516 de Moçambique em Manique de Baixo

Por Valdemar Pinheiro
Junto ao jipe do exército francês alguns dos ex-combatentes do CART 1516 reunidos em Manique

Um jipe adquirido ao exército francês por um português por ocasião dos 60 anos que assinalaram a batalha da Normandia, foi a “atração” num convívio entre alguns antigos combatentes da Companhia de Artilharia 1516, os "Sabres Verdes", em Moçambique, que teve lugar há dias em Manique de Baixo, no concelho de Cascais.

Mário Teixeira, um dos ex-combatentes que pertenceu à CART 1516 em Moçambique, no distrito de Tete, entre 1966 e 68, foi o anfitrião que surpreendeu os convivas com a verdadeira relíquia militar, no final de um excelente e bem confecionado “Polvo à Lagareiro”, pescado nas águas de Cascais. 

O anfitrião Mário Teixeira fez questão de cortar o bolo sobre o capot da relíquia militar
E foi sobre o capot do velho jipe, um “Hotchkiss-Willys”, modelo M201, curiosamente igual ao modelo que os antigos combatentes da CART 1516 usaram no Ultramar, que foi cortado o bolo com o símbolo da Companhia e do respetivo sabre verde, a assinalar 52 anos idos.


Um momento, também, que serviu para recordar os longínquos tempos da guerra e algumas situações pitorescas.

Francisco Abranches Félix, um coronel aposentado de 76 anos “bem conservados”, recordou as passagens, então como tenente, por Mutarara e Muze e a obra deixada pelos voluntariosos militares “Sabres Verdes”.

Construído pelo Governo da Província, com o apoio da engenharia militar, o quartel em Mutarara possuía diversas estruturas, entre as quais, a cerca de um quilómetro, uma piscina com bar e esplanada.

Mutarara



“Era para ficarmos 15 dias e acabámos por ficar 7 meses. O pessoal pensava que ia tirar umas férias, com piscina e tudo, mas enganou-se. Estávamos em 1966 e a CART 1516 acabou por dotar o aquartelamento com infraestruturas permanentes de segurança, desporto e de administração e logística, além de que, junto ao posto Norte de vigilância e controlo da ponte sobre o rio Zambeze, deixámos uma exploração agrícola, com 2.000 metros quadrados, com registo de propriedade em nome do Comando Militar de Mutarara”, recorda o coronel.

Um ano depois, em Muze, a CART 1516 voltou a deixar a sua marca e um mês depois de instalada em Bivaque foi durante longos meses levantando, ampliando e melhorando infraestruturas destruídas parcialmente por um incêndio, que tinha deflagrado a 13 de maio de 1967.

Coronel Abranches Félix




“Inicialmente, recorremos à construção de palhotas e, mais tarde, à edificação mista em troncos e zinco e blocos e zinco. Foram longos e cruéis meses de trabalho, mas vencidos os contratempos dos primeiros meses conseguimos criar as condições mínimas em conforto e funcionalidade”, lembrou o coronel.

Em Julho de 1967, tiveram início os trabalhos de preparação para a implementação das instalações definitivas e a progressiva construção dos edifícios, que ficariam a constituir o aquartelamento.

“Foi uma das obras de orgulho dos “Sabres Verdes”, concluiu Francisco Abranches Félix.












Já o então sargento-ajudante Etalvino Craveiro, atualmente com 92 anos bastante lúcidos, lembrou uma situação pitoresca. “Um mês, ao meter o pré nos envelopes, enganei-me e em vez de 20 escudos meti 100. O rapaz que recebeu o envelope calou-se bem calado e nada. Deve ter dado saltos de contentamento.
Etalvino Craveiro o sargento que nunca encontrou os "sortudos" dos 100 escudos
No mês a seguir, para testar a rapaziada, meti num outro envelope 100 escudos e tomei nota do nome. Deixei passar uns dias, à espera que o rapaz viesse ter comigo para devolver tamanho pré. Qual quê. Calou-se bem calado e nada. Quando fui à procura da nota com o nome não a encontrei e ainda hoje estou para saber quem foram os dois “sortudos” que ficaram com 200 escudos, que era muito dinheiro na altura”.

Mário Teixeira, o anfitrião
“Apesar de tudo, a guerra no Ultramar contribuiu para solidificar amizade, confiança e solidariedade entre camaradas - praças, sargentos e oficiais- para todo o sempre. A prova disso está, também, e sem falar no geral - nos encontros de antigos combatentes que passaram pelas províncias ultramarinas - nos convívios anuais que o CART 1516 realiza, reunindo dezenas de ex-combatentes e familiares”, explicou Mário Teixeira.

Para além do anfitrião Mário Teixeira, dos coronéis aposentados Francisco Abranches Félix e Ribeiro da Silva, este último com 84 anos também muito bem conservados e lúcidos, e do sargento-ajudante Etalvino Craveiro, marcaram presença neste convívio o 1º. Cabo atirador Diamantino Monteiro, 72 anos, e o soldado atirador Manuel Jesus Pereira, 73 anos.

O jovem Tiago Teixeira tocou e encantou os convivas com a sua concertina
A finalizar a confraternização, Mário Teixeira voltou a surpreender os convivas com a atuação do neto - o jovem e talentoso Tiago Teixeira, de 13 anos, que voltou a demonstrar os seus dotes artísticos ao tocar alguns temas bem populares na concertina que muito bem domina!

Algumas fotos do encontro










quarta-feira, 29 de março de 2017

Hugo Santos deixou comando dos Bombeiros do Estoril para ser número 2 das operações e socorro da Proteção Civil de Lisboa

Por CASCAIS24
Hugo Santos é desde fevereiro o 2.º Comandante das Operações e Socorro Distrital de Lisboa

Hugo Santos, 37 anos, comandante dos Bombeiros Voluntários do Estoril,  é desde 8 de fevereiro último 2.º Comandante Operacional Distrital de Lisboa da Autoridade Nacional Proteção Civil.

O atual 2.º Comandante das Operações e Socorro Distrital de Lisboa ingressou nos Bombeiros do Estoril em 1993 e há quatro anos foi nomeado 2.º Comandante da corporação, tendo assumido na efetividade o cargo de comandante há cerca de um ano.

Hugo Santos é técnico do departamento de apoio operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil desde 1999 e, também, tem exercido funções como coordenador técnico na área de formação na Escola Nacional de Bombeiros, no Linhó. 

Considerado um “profissional muito competente”, com “conhecimentos e experiência na área da proteção civil”, é licenciado em gestão de segurança e proteção civil pelo ISLA desde 2012.

Hugo Santos é o segundo comandante de um corpo de Bombeiros do concelho de  Cascais a assumir funções de Comando nas Operações e Socorro Distrital de Lisboa da Proteção Civil nos últimos dez anos.
Carlos Mata

 

Carlos Mata, que foi largos anos comandante dos Bombeiros Voluntários de Alcabideche, assumiu em 2013 o cargo de Comandante Distrital de Operações e Socorro Distrital de Lisboa até ao ano passado. 

É atualmente diretor da proteção civil municipal em Cascais, com fortes possibilidades de, em breve, na sequência de concurso público, vir a ser nomeado Comandante da Proteção Civil Municipal, em substituição de Pedro Mendonça, ainda em funções, que deverá regressar às origens: à Câmara Municipal de Lisboa.

Porém, nos últimos 30 anos foram três outros os nomes de comandantes Bombeiros no concelho de Cascais que assumiram funções de responsabilidade na Autoridade Nacional de Proteção Civil: Artur Gomes, Gil Martins e Moreira Vicente.